Laboratório de Arqueobotânica e Paisagem, Museu Nacional, UFRJ

Especialidades

ARQUEOBOTÂNICA

A Arqueobotânica (também chamada “Paleoetnobotânica”) é o estudo de vestígios botânicos em contexto arqueológico, visando a interpretações culturais sobre as populações do passado e ao entendimento de suas múltiplas relações com os vegetais. Além de reconstituições paleoambientais e da paisagem, ela permite conhecer os tipos de plantas que foram usados no passado para alimentação, remédios, combustível, vestimentas, ornamentação, instrumentos, habitação, entre outros. Os vestígios arqueobotânicos também fornecem informações sobre processos de produção de alimentos (manejo, cultivo, agricultura), domesticação de plantas, formação de sítios, duração dos assentamentos, atividades rituais e de trocas, escolhas humanas, entre muitos outros.

Os estudos arqueobotânicos se baseiam na análise de vestígios de plantas encontrados em sítios arqueológicos, cada um apresentando métodos específicos de coleta, amostragem e análise. Estes vestígios são muito diversificados, e podem ser classificados em dois grandes grupos:

Macrovestígios: frutos, sementes, tubérculos, raízes, madeira, carvão, folhas, fibras, entre outros, que se encontram no registro arqueológico dessecados, encharcados ou carbonizados e que podem ser vistos a olho nu;

Microvestígios: vestígios microscópicos como fitólitos, grãos de amido, grãos de pólen e outros, cuja visualização depende de preparação química e do uso de microscópios.

Os vestígios botânicos mais conhecidos são os restos de FRUTOS, SEMENTES E ÓRGÃOS SUBTERRÂNEOS, mas existem muitos outros. A grande diversidade de macro e microvestígios vegetais e suas diferentes características e métodos de análise conduziu ao estabelecimento de disciplinas especializadas dentro da arqueobotânica, por exemplo, a ANTRACOLOGIA (análise de macrovestígios carbonizados, em particular o carvão vegetal) e a MICROARQUEOBOTÂNICA (análise de microvestígios como fitólitos, grãos de amido e grãos de pólen).

 

PALEOBOTÂNICA

O LAP não trabalha com Paleobotânica. É frequente as pessoas pensarem que o termo “Paleobotânica” se aplica também ao contexto arqueológico, mas na verdade a paleobotânica é um ramo da Geologia, que só estuda materiais muito antigos. Em consequência, esse termo não pode ser empregado para se referir ao estudo de vestígios associados com o passado humano e com questões culturais. Por isso, não confunda Arqueobotânica/Paleoetnobotânica com Paleobotânica!

ARQUEOBOTÂNICA e PALEOETNOBOTÂNICA são sinônimos, significando a disciplina da Arqueologia Ambiental que se ocupa do estudo dos restos de plantas preservados em, ou em associação com, sítios arqueológicos e se interessa sobretudo pelas atividades desenvolvidas por populações passadas (IWGP website).

PALEOBOTÂNICA é a disciplina da Paleontologia encarregada de estudar os fósseis de plantas, ou seja, é o estudo de restos vegetais que sofreram transformações físico-químicas em ambiente sedimentar ou diagenético. A análise destes materiais pertence ao domínio da Biologia e da Geologia e tem por objetivo compreender os processos de evolução da vida e da Terra, além de permitir aplicações econômicas relacionadas ao setor energético (petróleo, carvão mineral etc.) (IANNUZZI & VIEIRA 2005).

Referências citadas:

Iannuzzi, Roberto & Carlos Eduardo Lucas Vieira. 2005. Paleobotânica. Editora da UFRGS.